11 de setembro de 2009

As fibras naturais

Algodão

Nome científico: Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch
Estados produtores: Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bahia
Características da fibra: A qualidade do algodão varia de acordo com o tipo de algodoeiro, pois algumas variedades fornecem fibras mais compridas que outras.
Utilização: O algodão é especialmente útil na área da tecelagem e da confecção.

Processo de obtenção da fibra
Extração da matéria-prima: O algodão é colhido entre maio e junho, quando os frutos madurecem e as cápsulas que envolvem as sementes se abrem, podendo então ser colhida a matéria fibrosa.
Limpeza manual: Retirada de matérias estranhas.
Descaroçamento: Retirada das sementes, com auxílio de um aparelho movido por manivelas, denominado descaroçador.
Batimento: Feito com um galho de árvore, retesado em forma de arco, denominado batedor, onde se processa a retirada de impurezas menores.
Cardamento: Processo de desembaraçamento das fibras, que pode ser feito com um par de "cardas", ou também com um tencionado semelhante ao batedor.
Fiação: Operação final para a obtenção do fio. Pode ser feita por uma peça simples em forma de pião, denominada fuso, ou através de um equipamento movido a pedal, denominado roca.

Juta

Nome científico: Corchorus capsularis
Estados produtores: Amazonas e Pará
Características da fibra: Originária da Índia, a juta é uma fibra resistente, parecida com o barbante, totalmente ecológica. Produtos feitos da fibra são biodegradáveis e sua colheita é renovável naturalmente, sem queimadas e sem o uso de fertilizantes.
Utilização: Do fio de juta são produzidos diversos tipos de telas usadas em confecções, decorações, revestimentos de piso e parede, artesanato, cortinas, sacolas, divisórias, base para gesso, sacarias de café, batata e muitos outros itens que precisam de uma matéria-
prima consistente e duradoura.

Processo de obtenção da fibra
Desfibramento: Após a colheita, os feixes com as hastes, ficam imersos em água por 15 a 20 dias.
Secagem: Depois de ser desfibrada e lavada, a juta fica secando estendida em varais, por dois ou três dias.
Armazenamento: As fibras, após a secagem, são armazenadas e, posteriormente, comercializadas em fardos.
Fiação: O processo de fiação tem início no amaciador, uma máquina que suaviza a fibra. A etapa seguinte passa pela cardagem que "penteia" e desembaraça a juta, resultando em finos fios. Esses fios, então, são organizados em grandes rolos por uma máquina denominada passador. Os
rolos seguem para as fiadeiras onde as fibras são torcidas e trançadas dando origem a fios, cordas e cabos de várias espessuras de acordo com sua utilização.

Lã de carneiro

Nome Científico: Existem mais de 300 espécies de ovelhas e carneiros. As ovelhas domésticas são descendentes da Ovis vignei originária do Afeganistão.
Estados Produtores: Estados da região Sul.
Características da Fibra: A lã apresenta as maiores qualidades do ponto de vista têxtil. Além de ser um material muito fino, possui uma estrutura que facilita a fiação, quando se deseja juntar vários pêlos para a obtenção de um fio contínuo. Tem grande elasticidade, da ordem
de 30% sem deformação do pêlo. Permite uma boa fixação de corantes químicos ou naturais, durante o processo de tingimento.
Utilização: A lã é especialmente útil na área da tecelagem e da confecção, podendo ser misturada com outras fibras, possibilitando a elaboração de tapetes, peças de vestuário e tapeçarias para decoração. De acordo com a raça da ovelha, obtêm-se fibras de cores, comprimentos e qualidades diferentes. A qualidade da fibra varia, também, conforme a sua extração: A lã "de pelego", extraída de um animal morto é mais dura e quebradiça; a lã "viva", extraída por tosquia manual, é mais resistente e macia.
Seleção manual (ou triagem): Procedimento realizado para separar a lã de acordo com sua qualidade e cor (a lã de uma única ovelha não é homogênea, podendo apresentar qualidades e matizes diferentes).
Lavagem: Em água morna e com sabão, para retirada da gordura natural (lanolina).
Limpeza: Depois de seca, abre-se a lã, manualmente, desembaraçando as fibras e eliminando as impurezas.
Cardamento: Para cardar, utilizam-se duas escovas com fios de aço, denominadas "cardas", que penteiam a lã, eliminando todos os nós, desembaraçando as fibras e deixando-a pronta para ser fiada.
Fiação: Operação final para a obtenção do fio, através do retorcimento e alongamento das fibras. Pode ser feita por uma peça simples denominada fuso, ou através de um equipamento movido a pedal, denominado roca.

Seda

Nome Científico do inseto: Bombix mori L.
Estados Produtores: Paraná e São Paulo
Características da Fibra: A seda é uma fibra muito macia e leve que perde solidez com a luz do sol. É considerada adequada a todos os climas, pois é má condutora de calor.
Utilização: A seda é especialmente utilizada na área da tecelagem e da confecção. Na tecelagem manual é misturada com outras fibras de maneira a se produzir tecidos mais resistentes que podem ser utilizados na confecção de xales, peças de vestuário, tecidos para decoração e tapeçaria. A palavra seda é usada para denominar as secreções de filamentos, produzidas pelas lagartas de alguns tipos de borboletas. Por isto as lagartas são popularmente conhecidas como "bicho da seda". A descoberta da seda ocorreu na China e data de, aproximadamente,
2600 a.C. Os chineses observaram que as lagartas podiam viver, prosperar e serem criadas em cativeiro, desde que bem alimentadas com folhas de amoreira.
Durante o seu desenvolvimento, a lagarta tece um casulo que é uma bonita bola de seda, resistente ao tato, com formato de ovo e, normalmente, branco ou amarelo. Se não for tocado, após duas ou três semanas, dele sairá uma pequena borboleta.
Interrompendo-se o processo natural, a lagarta não se transforma em crisálida.
Para se obter uma grande quantidade de casulos, existem os centros de criação artificiais de lagartas, onde elas são devidamente alimentadas.
A colheita dos casulos é feita de oito a dez dias depois de prontos, quando os mesmos então são enviados à fiação.
Extração da matéria-prima: Os casulos são mergulhados em um recipiente com água quente, para matar a lagarta e amolecer os mesmos. Com uma espécie de pincel, vai-se girando os casulos, apanhando as pontas dos fios e desenrolando-os gradualmente.
Meadas: Os fios desenrolados vão sendo enrolados em uma roda, formando as meadas.
Lavagem: As meadas são lavadas em água quente, batidas e purificadas com ácidos.
Secagem: A seda é seca em máquinas apropriadas e as meadas são desembaraçadas e penteadas, obtendo-se fios macios e homogêneos, prontos para serem utilizados na tecelagem.

Sisal

Nome Científico: Agavee sisalana
Estados Produtores: Bahia e Paraíba
Características da Fibra: O sisal é uma fibra de qualidade e resistência superior às outras fibras naturais. É antialérgico, acústico e não propaga fogo.
Utilização: Fabricação de tapetes e carpetes, cordoaria em geral, estoparia e fabricação de papel. O caldo, resultante do processamento das folhas, pode ser utilizado para obtenção de melaço, álcool industrial, cera, gás e biofertilizantes.

Processo de obtenção da fibra
Desfibramento: Primeiro, as folhas são separadas por tamanho (melhora o rendimento e a qualidade). Em seguida, as mesmas passam por uma máquina que, ao golpeá-las e raspá-las, elimina a polpa que envolve as fibras.
Secagem: Após o desfibramento, estendem-se as fibras para secagem em espaldadeiras de arame (se possível) ao sol. Dois dias de sol são suficientes para se ter fibras secas e alvas.
Armazenamento: As fibras secas devem ser arrumadas bem estendidas e sem dobras, em feixes de 15Kg a 20Kg, sobre estrados de madeira, em local arejado, fresco, livre de umidade. Deve-se verificar diariamente o estado das fibras (livres de fungos, goteiras, outros).
Fiação: O processo de fiação tem início com o trabalho mecânico das fiadeiras que transformam a mecha de sisal em fio através da estiragem e torção. As torcedeiras desempenham o papel de envolver dois ou mais fios singelos formando um só. Os barbeadores retiram o
excesso de pelos no fio e as bobinadeiras finalizam o estágio fazendo
a bobina de fio retirando-o dos carretéis que vêm da fiadeira,
torcedeira ou barbeador.

Fonte:
http://www.lusotufo.pt/faq/faq.php?id=33#31

- Veja também:
Vídeos sobre Costura
Videos Furoshiki

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