17 de janeiro de 2012

Picão Preto




Nome científico: Bidens pilosa

Sinônimos Científicos:
Bidens alausensis Kunth, Bidens chilensis DC, Bidens pilosa var. alausensis (Kunth) Sherff, Bidens pilosa var. minor (Blume) Sherff, Bidens pilosa var. radiata Sch. Bip., Bidens scandicina Kunth, Bidens sudaica var. minor Blume, coreopsis leucantha L., Kerneria dubia Cass., Kerneria tetragona Moench, Bidens leucantha (L.) Willd., Bidens leucantha var. pilosa (L.) Griseb., Bidens sundaicus Brume., Bidens subalternans DC., Bidens quadrangularis DC.[1]

Família: Compositae (Asteraceae)[1]

Outras espécies semelhantes:
Bidens alba (L.)DC., Bidens subalternans DC.

Nomes populares:
amor-seco, carrapicho, carrapicho de agulha, carrapicho-de-duas-pontas, carrapicho-picão, coambi, cuambu, erva-picão, fura-capa, guambu, macela-do-campo, picão, picão-amarelo, picão-das-horas, picão-do-campo, pico-pico, piolho de padre[1], amor-de-burro[2], pega-pega[2]

Nomes em outras línguas:
nyangundi (Tanzânia);
spanish needles, beggar's ticks, beggarticks, shepherds needles, sticktights, black jack, black felleows, railway daisy, bur marigold, railway begger-ticks (Inglês);
amor seco, saetilla, té de campo, asta de cabra, cacho de cabra, cadillo, cadillo negro, papunga, cambray menudo, moriseco, té de milpa, moso, acahual blanco,aceitilla, mozote (Castelhano/Espanhol);
amalenjane (Zulu); herbe záiguilles, sorne, bident pileux (Francês);
forbicina pelosa, forbicina (Itália);
pirca, sicllayuyu, quico, yuyu (Peru);
ki, ki nehe, ki pipili, nehe (Hawaí); kuambu (Guarani);
san yeh kuci jen tsao (Chinês); broendsel (Dinamarquês);
tarrelzaad naaldekruid (Holandês); kanching baju, subang puteri batek (Malásia);
mositsa, muxidyi (África do Sul); zouqie, shengniangbaicuo (China - Xishuangbanna);
junqqu (Etiópia); cadillo rocero, puinca (Venezuela);
arponcito, cadillo, sirvulaca (Panamá);
margarita, romerillo (Porto Rico);
mozote (Costa Rica); mozotillo (América Central);
purikel (Filipinas); tangamagnia (Congo);[2]

Descrição:
Herbácea ereta, anual, ramificada, com odor característico, de 50-130cm de altura. Folhas compostas pinadas, com folíolos de formato, tamanho e em número variados. Flores pequenas, reunidas em capítulos terminais. Os frutos são aquênios alongados de cor preta com ganchos aderentes numa das extremidades. Multiplica-se apenas por sementes.[1]

Origem: América tropical[1]

Clima: Tropical e subtropical

Composição das partes aéreas em base seca:
Proteína 21,275%, cálcio 1,1%, magnésio 0,54%, manganês 0,0118%, fósforo 0,71%, ferro 0,0153%, sódio 0,0031%, potássio 3%, cobre 0,0011%, zinco 0,0058%, enxofre 0,25%, borro 0,0025%. Com destaque para a quantidade de manganês, fósforo, ferro e borro.[2]

Aspectos agrotécnicos:
O ciclo vegetativo da planta é anual. Ao fim de um período de fertilidade de um ano, segue um crítico no qual se apresentam manchas negras nas folhas que cobrem de 1⁄4 a 1⁄2 polegada. A germinação de sementes se apresenta entre 4 a 5 vezes ao ano.
Cada planta produz de 80 a 100 flores, com um potencial de produção de 3 000 plantas. Em Cuba se tem realizado estudos de estandarização da droga seca estabelecendo a forma de secagem, sendo a mais vantajosa a secagem em estufa de ar a uma temperatura não maior de 58 °C durante 2 dias. Também se há estabelecido os parâmetros de qualidade e se ha determinado uma estabilidade de um ano quando a droga é envasada em latas compostas ou em frascos de vidro de cor ambar.[4]

Constituintes químicos:
acetilenos, ácido-p-cumárico, ácido linólico, ácido linoléico, ácido nicotínico, ácidos orgânicos, ácido salicílico, ácido tânico, aminas, beta-amirina, bioflavonóides, chalconas, cálcio, candineno, esculetina, esteróis, a-felandreno, fenilacetileno (1-fenil-1,3-diin-5-3n-7-ol-acetato), fenilheptatriina, flavonóides, fitosterina-B, fitosteróis, fósforo, friedelina, friedelan-3-beta-ol, glicosídeos de aurona, glicosídeos (flavona matoxilado, quercetin-3,3’-dimetoxi-7-0-a-L-ramnopiranosil-(1®6)-b-D-glucopiranose, quercetin-3,3’-dimetoxi-7-0-b-D-glucopiranose); beta-D-glucopiranosiloxi-3-hidroxi-6(E)-tetradeceno-8,10,12-triino; hidrocarbonetos, limoneno, lupeol, mucilagem, okanina-3-glicosídeo, óleo essencial, a-pineno, policatilenos, poliacetilenos, quercetina, sais de potássio, sílica, beta-sitosterol, taninos, timol, tridecapentin-1-eno; trideca-2, 12-dieno-4,6,8,10-tetraina-1-ol, trideca-3, 11-dieno-5,7,9-triina-1,2-diol, trideca-5-eno-7,9,11-trieno-3-ol; triterpenos, xantofilina”.[4]

Toxicidade: Não foram vistos casos de intoxicação em humanos, o picão é muito bem tolerado.[4]

Contraindicações e efeitos adversos:
Segundo Taylor (2005), esta planta não deve ser utilizada na gravidez, em pessoas alérgicas ou sensíveis a cafeína. O uso de anticoagulantes deve ser monitorizado quando usados junto com o picão. Deve-se ter cuidado quando usado em indivíduos com hipoglicemia ou diabetes, hipotensão.[4]


Uso Alimentar

Folhas e ramos jovens de picão-preto foram consumidos crus e, especialmente, cozidos em diversos pratos: saladas temperadas, farofas, sopas, entre outros. Foram também preparados chás gelados (ice teas) a partir da água de cozimento do picão com adição de suco de limão e açúcar. Entretanto, uma forma especial de consumo foi um refrigerante fermentado com folhas e ramos jovens de picão-preto, o qual apresenta coloração, aroma e sabor muito agradáveis.[2]

Nas Filipinas é utilizado no fabrico de uma bebida vinosa chamada “sinitsit”. Esta bebida feita à base de arroz (rice wine) e que B. pilosa é um dos ingredientes. Além do nome citado este vinho de arroz é também chamado de tafei.
Flores ou folhas são misturadas ao arroz semicozido para fermentação, produzindo o vinho de Igorot, localmente chamado sinitsit.[2]

No México, indígenas consomem as folhas jovens de B. pilosa fervidas e refogadas com pinole (sementes de Atriplex moídas) e sal.[2]

As flores de algumas espécies de Bidens são usadas como substituto de chá (de camomila) em algumas regiões do mundo, flores de B. pilosa são usadas na Polinésia desta forma.[2]

Os ramos apicais (tips) desta espécie são vendidos como hortaliças em mercados locais em Java.[2]

Os caules jovens e as folhas são consumidos cozidos. Esta espécie é consumida (folhas cozidas) na região sudoeste da China (Xishuangbanna), mediante extrativismo, durante todos os meses.[2]


Uso Medicinal

Chá contra disenteria e Verminoses:
1 colher de sobremesa de folhas frescas de picão
1 xícara de chá de água
Modo de Preparo:
Ferva a água e, depois acrescente as folhas de erva picão. Deixe abafado por 10 minutos.
Posologia:
Tome uma xícara de chá logo após ter produzido.[3]

Contra hepatite, icterícia, diabete, verminose:
Infusão de uma colher das de sopa (5g) da erva em meio litro de água fervente.
Tomar 2 a 3 xícaras ao dia.[4]

Contra feridas, úlceras, hemorróidas, assaduras e picadas de insetos:
Compressas (pode-se usar o suco da planta, ao invés da infusão).[4]


Fontes:

[1] Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e exóticas
Harri Lorenzi - F.J.Abreu Matos
Instituto Plantarum - 2002

[2] Plantas Alimentícias Não-convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre, RS
Valdely Ferreira Kinupp

[3] Blog Receita Natural
http://natural.enternauta.com.br/cha/cha-para-disenteria-e-verminoses/

[4] Bidens pilosa L. Andréa Januário da Silva

Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...